segunda-feira, 6 de agosto de 2012

CONSAGRAÇÃO




 Ébrios? Ébrios, sim, embriagados diariamente

 Pela angústia da bruta labuta havida

 E a vertigem vivida.

 Sóbrios? Apenas nos encontros pontuais

 Em que, em tragos rituais,

 Celebram, conscientemente,

 A singularidade do momento presente.

                      

Quem os consagrou é, porventura, incerto.

Talvez  Eros, Baco ou Priapo,

Ou até o Rei dos lusos reis, o Encoberto.

São, todavia, aqueles que, pela sua natureza,

Fielmente espelham o ser e a alma portuguesa.