Ébrios? Ébrios, sim, embriagados diariamente
Pela angústia da bruta labuta havida
E a vertigem vivida.
Sóbrios? Apenas nos encontros pontuais
Em que, em tragos rituais,
Celebram, conscientemente,
A singularidade do momento presente.
Quem os consagrou é, porventura, incerto.
Talvez Eros, Baco ou Priapo,
Ou até o Rei dos lusos reis, o Encoberto.
São, todavia, aqueles que, pela sua natureza,
Fielmente espelham o ser e a alma portuguesa.